8 de novembro de 2008

Não leia

Espeto meus sentimentos pra fazer sangrar.
Sangrar da ponta da espada mais afiada – a que escreve – as idéias timidamente explícitas de um coração conturbado,
As confissões mais apaixonadas de um Eu Poeta.
Poeta já amargado,
Pelo tempo e pelo (antes enorme) espaço.

Soco o estômago que reluta em digerir os novos amores,
Fortes estocadas para finalmente vomitar os versos meus.

Versos. Mais seus do que meus,
Mas que talvez nunca chegarás a ler, ou sequer, ver.
Apenas e apenas, sentir.

Tu os sentirá nos beijos,
No calor do meu toque que percorre a tua forma,
se perde nas tuas curvas
E termina no delicado fio que liga meu olhar ao teu.

Porque, amor, meu amor...
Veja... digo, sinta bem:
Não espere-me explícito nas sombras de um poema,
Leia-me convicta nas entrelinhas dos suspiros,
Nos intervalos dos sorrisos
E concreto, mas contido, na força de um abraço.

Tenha certeza de mim no calor do meu olhar,
E não, NÃO, na frieza das palavras,
Porque apesar de polidas,
Não são o que eu sou.
Vivas.