16 de dezembro de 2008

Desejo de verdade.

Eu só quero as verdades
Por trás daquelas mentiras
Quero transparente quem me trouxe de volta a vida
E põe-me o coração em deliciosa disritmia.

Chega de meias-verdades!
Que acabe a falsidade
Com quem te sustenta e te ensina
Quero-te bem com quem te alinha
Com a tua raiz
Com tua família.

Gostaria eu que fosse tudo mentira
Que tu se protegia
De quem te bem queria
(e ainda quer)

E,
Igual teu pai,
que não sabe como seria
Se algum mal lhe ocorresse
Não sei que fim eu levaria
Se por um momento eu te perdesse.

Se te puxo as orelhas
É porque te amo e olho além.
Eu sei, não sou ninguém
Pra te fazer mudar,
Mas sou alguém
Que já não sabe não te amar.
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Comentário:
Os poemas que gosto são aqueles aplicáveis a situações de outrem, aqueles que são do autor à sua amada, mas que um outro qualquer também pode dedicar para a sua. Acho que é por isso que eu não tenha gostado tanto deste - é pessoal demais. Provavelmente nunca poderá ser usado de novo, já que situação semelhante dificilmente ocorrerá, e mais difícil ainda este chegará à mão de quem viver algo parecido.

Talvez aí que esteja a beleza e a estranheza deste... é único, único até demais.

14 de dezembro de 2008

O vestibular

acabou. E com vocês, minha redação! Não que eu esteja orgulhoso dela, eu poderia ter feito melhor, muito melhor, não fosse o nervosismo (eu tava tremendo, pelamor!) e a falta de tempo. Mas isso não é desculpa, vestibular é isso, pressão.
Enfim... a proposta que escolhi foi uma narração que começasse com "Era uma vez..." e o excerto dado não era excerto nenhum, era um quadro que mostrava uma família reunida na sala, algo meio antigo, com cara de 1800 quase 1900. Inspirei-me num dos filhos que apareciam, em que ele, bem curioso tentava ler um livro grande; e também no seu pai, que imponente, lia uma carta/pergaminho/algumacoisa.
O desastrezinho de redação segue abaixo, sem correções ou qualquer mudança:
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A palavra só precisa de um momento.

Era uma vez... Apenas uma vez, que o pai pedia silêncio na sala. E ai de quem não se calasse! As crianças torciam o nariz e a mãe se apressava em silenciar o choro do bebê. Nenhum deles gostava, a não ser o menino João. Ninguém nunca lhe notava, porque afinal, era só mais um filho do meio, contudo, ele não ligava, apenas e apenas, admirava.
Enquanto jovem de mais saber ler, ele fixava os olhos naqueles rabiscos de tinta escura e, em vão, tentava os decodificar. Sabia escrever seu primeiro nome, como a mãe havia lhe ensinado, porém de quase nada adiantava. Um “jo” e um “ão” não o permitiam ir muito longe.
João tinha os olhos também para o pai. Não o admirava por admirar simplesmente, mas sim por seu inato talento ao qual o pequeno tanto almejava. Precisava ler! Mais que brincar, correr ou alimentar-se, queria as palavras como sua dieta básica.
E de tanto querer, começou a engatinhar. Engasgava umas fáceis, trancava nas difíceis, mas continuava. Tomou gosto pelas leituras e literatura, se aventurou até mesmo pela escrita. Escrevera uns versos ali, lera livros daqui e casara com uma rapariga qualquer. Porém sua esposa não era seu amor, talvez apenas paixão. O amor de João nunca havia deixado de ser a palavra. Era a ela que dedicava seus versos e eram elas que sempre amara, na busca pela mais adequada.
Como tantos que já se foram e que ainda virão, nosso menino agora homem se rendeu ao mistério de nossa língua. Em seus longos anos de vida, procurava a inspiração correta, procurava a origem, a primordial, a essência do que amara antes mesmo de saber interpretar. Em cada poema ou dissertação, visava entender a complexidade, dissecar as estruturas da palavra origem, da palavra raiz.
Muito frustrado, já no leito da morte esperando que a o fim o confortasse de seu fracasso, deslumbrou o sorriso de seu pequeno diante das palavras soltas de um rascunho antigo. Pediu silêncio, precisava ir em paz, afinal.
Um estalido na consciência e nos equipamentos. Na fração de segundo em que se ia, João também percebia. A palavra sempre estivera ali, no silêncio de um sorriso infantil, na inocência das crianças, na pureza de um momento.
Talvez ele precisasse apenas de mais um momento, mas isso ele já não tinha. João se fora, e consigo, o segredo da palavra.

4 de dezembro de 2008

Desculpas e Obrigados.

Ultimamente, devo admitir, aprendi muito sobre esse tal de amor. Com quem não tem cabeça pra física ou matemática, aprendi algumas coisas, fixei várias outras, e pensava estar próximo da equação amorosa para amigos, namorados, casados e quem quer que se ache na posição de amante ou amado. Mas foi aí que me enganei.

Em busca de uma regra que preenchesse todas as incógnitas, as novas fórmulas e os diversos conceitos, descobri que apesar de falha, minha missão não foi fracasso. Não que eu tenha chego ao resultado, mas ao menos descobri que o dito cujo não é de se fazer continhas, não é exato e, portanto, não quantificável.

Não é exato e não é fácil, mas existem conceitos básicos. Com gente que não possui um dos lados do cérebro, mas que tem o coração grande e inversamente proporcional à (suposta) falta de massa cinzenta, eu aprendi.

Aprendi sobre o “eu te amo”.

Ele exige coragem. Coragem de se expor. Exige grande parcela de humildade também. Humildade para admitir que alguém que antes te fazia só bem, agora te faz bem melhor que todo o resto. “Eu te amo”, além de coragem e humildade, é acima de tudo, serenidade. Serenidade e calma para - longe de toda a euforia - ter a certeza plena do sentimento, que é puro e para sempre.

E aí outra coisa que aprendi: amor é invariável com o tempo, com a idade, humor ou maturidade. Diferentemente de gostar, simpatizar, adorar ou até mesmo odiar, este outro é... para sempre.

E cheguei onde queria chegar.

De um “pra sempre” lanço-me num momento. O momento foi o de hoje. Foi de repente, como num click, que eu percebi que já não importa mais nada. Não importa o tempo que se passe, os problemas ou felicidades, juntos ou separados, independendo de quem e com quem, vou sempre querer seu bem.
A partir de hoje e até o “para sempre”, eu me declaro; com coragem, humildade e, principalmente, serenidade, que

eu te amo.
De verdade e do jeito certo.


Desculpe pela pressa, obrigado pelo aprendizado.
No namoro ou na amizade, é daqui até... a eternidade.

ps: “ôu!”