28 de agosto de 2008

Que seja!

Depois de muito mudar e me atrapalhar, trair o meu eu e ignorar meus princípios, cansei. Cansei e voltei, repensei, escrevi qualquer coisa e postei.

Senhor leitor, apesar de todas as influencias, nunca se é senhor o suficiente para que deixemos de lado nossa essência. Não perca o que te sustenta, não esqueça suas raízes. Mantenha seus princípios, preserve seus valores.

Não se mude pelo mundo, não se modifique por ninguém. Se acostume aos alguéns como eles se acostumam a você. É aí que está o segredo da coisa. Eu acho.

Se adaptar a esse mar, mas nunca, nunca mudar.
Ser plural, mas ainda indivíduo, único e uno. Ser quem realmente é e bater o pé.
E se for para ser, que seja a essência,
Seja a raiz que te sustenta.
Seja terrivelmente diferente de tudo que já se viu.
Seja o que você sempre foi.

Seja você.

15 de agosto de 2008

TPM (?)

Florianópolis, ilha da magia. Mar, areia, sol, gente bonita, clima perfeito, turistas e todo esse blablabla comercial que os nativos gostam tanto de se gabar. Todo esse blablabla comercial que os turistas vêm sempre procurar e que o mundinho cool tanto ama.

Mas eu sou do contra, claro.
É, sou claro. Claro demais pra tanto sol, raios ultravioleta e uma camada de ozônio em cangalhos. Chato demais também para deixar que a mamãe coruja espalhe aquele maldito protetor solar nas minhas costas de cor branco-refletor, e velho demais pra aturar sotaques castelhanos no guarda-sol ao lado.

O clima nunca foi tão perfeito assim também, como sempre gostou de ressaltar a mulherzinha do tempo do jornal local. O verão não obedece o próprio nome e adora contrariar seus princípios, chovendo todo final de semana e arruinando a folguinha semanal do proletariado conterrâneo. A primavera, como em todo lugar do mundo, sempre foi contra minha pessoa, e resolve sempre espalhar pelo ar a maior quantidade possível de – insira uma substância aqui - apenas pelo simples prazer de provocar meus infinitos ataques alérgicos. Passarinhos cantarolando e flores desabrochando? Isso aqui não é filme da Disney, mermão!
O outono sempre foi como todo outono deve ser – indiferente. As folhinhas secas arrastando-se pelo centro da cidade, árvores viradas em galhos nus, um céu cinzento que leva os depressivos à legítima depressão e assim por diante. Normal, normal.
E como você deve ter notado, misturei as estações do ano, tirei-as de sua ordem cronológica e as reorganizei com o único propósito de escrever algo realmente bom (ou era ruim?) em relação ao inverno, mas depois de tanto enrolar, confesso que esqueci. Provavelmente não era suficientemente ruim (ou seria bom?) pra que eu me lembrasse.

Hm! Dizem por aí que uma das maiores qualidades da Ilha é a beleza de suas nativas. NativAS, porque achar homem bonito não é comigo... enfim! A beleza das nativas. Meu amigo, existem controvérsias. Assim, há de se concordar, isso aqui não é São Paulo, em que o povo se baseia em cabeças chatas de cabelo ruim e ar nordestino, mas também não é porque a colonização alemã atua forte no interior estado que a mistura destes com os portugueses do litoral traria coisas boas. Existem ressalvas, como sempre. Várias gatinhas do surf e coisa e tal, mas hm. Não é bem o meu estilo.

E agora, WOW! O ponto mais alto – ou o mais baixo – da minha crítica sem propósito a nossa tão querida cidade: turistas. Com todo o respeito e delicadeza que eu poderia reunir, lhes dedico três breves palavrinhas: PUTA QUE PARIU! Como pode tamanha discrepância? Pessoas que tem dinheiro pra sair do próprio país, estado ou cidade, devem ter uma condição financeira razoavelmente estável, presumo. E junto com essa condição, provavelmente adquiriram certa educação e normas de etiqueta, afinal, estes seres freqüentam os níveis mais altos de sua nobríssima sociedade. Engano meu, e provavelmente seu também. Ilusão de um jovem que nunca foi muito além de um raio de 600 quilômetros de seu lar.
Esses bichos estranhos, acertadamente nomeados turistas, são realmente bichos. Porcos e folgados como só eles poderiam ser, têm prazer em perturbar a ordem normal de como as coisas andam numa cidade. Se o trânsito falasse, eu até diria “o trânsito que o diga!”, mas como não fala, tenho que confessar que a graça não está ao meu lado rere.
E como se ainda não bastassem todos os inconvenientes, nossos amigos gringos falam espanhol e em sua maioria são... ARGENTINOS! Ignorando o estranho gosto das brasileiras por esses “coisas”, deve-se atentar ao fato importante de que ei! São ar-gen-ti-nos! Tudiruim! Aí vem uns falando com você, pensando saber algo de português e tudo que você ouve é um “pero que si, pero que no, blábláblá, castelhano, blabla”. Malditos castelhanos.
Não que os americanos sejam muito melhores, mas ao menos falam inglês.

Eu já disse que sou do contra?
Pois é, apesar de não ter muito a favor, acho que depois de viajar o mundo inteiro é por aqui mesmo que eu ficaria. Sol escaldante, estações irregulares, gente (nem sempre) bonita e turistas folgados são apenas detalhes. Porque apesar de todos os pesares, eles não pesam tanto assim, afinal.

a pequena fama de profundo e sentimental deste blog acabou de ser arruinada õ/

Silêncio

Através de insignificantes palavras, rimas mal usadas e sentimentos usurpados, os poetas tentam explicar a vida em muito mais que meias palavras. Escondem-se nas linhas e mostram-se nas entrelinhas. Se fingem de garçom, fazem do papel sua bandeja e dos sentimentos, aperitivo. O que não sabem, é que não precisam de palavras, nem meias, nem inteiras. Não precisam de bandejas, não precisam ser garçons.
Mal sabem eles que o silêncio basta. Porque amar não precisa de fala, não reivindica rimas, não se mede em palavras.

Um “oi”.
Um olhar.
Um
toque.
O abraço.
um Beijo.

Em silêncio, isso basta.

14 de agosto de 2008

Acordou.

Acordou? Parecia, como nos outros dias, cedo demais para alguém em sã consciência, sair da cama. E ao lavar o rosto cansado de uma noite mal dormida lembrou-se o porquê de levantar-se: ser alguém na vida. E o pior, ser alguém na vida estudando física. Como a detestava! Mas sacrifícios deviam ser feitos por um montante razoável no fim do mês e um diploma na parede do escritório. Mas pô, FÍSICA?
- Sim senhor, senhor. E trate de tirar o traseiro da cadeira e os dedos do teclado, porque as palavras não te pertencem mais. Números serão sua vida, física será seu ar e matemática seu chão. Trate de ser o melhor, nada menos que isso.
E foi assim que se instalou o terror na cabeça do menino. Ele podia até ter tamanho de homem, mas os sonhos eram de criança e o mundo ainda não havia deixado de ser bonito. Não aos olhos dele, criança.

Desespero momentâneo.
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Imaginou as mil desculpas que daria aos pais por ter errado de carreira, imaginou todo o estudo praquele tal de vestibular e a iminência do não-êxito. Muita coisa pra sua cabeça que ainda sonhava em cozinhar pra família, fotografar todos aqueles mundos, ter sua coluna na Veja e rodear a Terra em muito mais que oitenta dias. Tudo virou pó, assim, PUF!
E o que sobrou? Física.
Não era um desses covardes que desistem na largada ou espanam a rosca na primeira apertada. Não iria desistir fácil assim. Mas ele determinou-se um prazo. Se depois desses seis meses a física não o ganhar, tenha certeza essa tal de Dona Física, ela o perderá.
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Depois do pânico, calmamente vestiu o jeans surrado, apanhou o casaco e foi ser alguém na vida. Por seis meses, fazer da física uma bem vinda.
Sacrifícios de um admirável mundo novo, em que o salário quase o convenceu de renegar seu verdadeiro eu. Ele era humano e nada exato. Definitivamente, parecia o lugar errado.