20 de abril de 2010

Honestamente

Dia desses, por força do destino, me cerquei de mulheres bonitas. Eram lindas, todas, e de todos os tipos. As diferenças ficavam nos olhos de um jeito, na boca de outro, nas bundas, nos peitos, no resto. Tinham em comum a estatura elevada, o corpo esculpido, o rosto simétrico.
Do que eu reclamaria ali? Porque não largar tudo, agarrar a primeira que me visse, cair na gandaia?

Simples.

Estudos dizem que homens envolvidos em uma relação afetuosa evitam, de modo instintivo, querer, olhar outras mulheres.

Péssimos estudos.

Onde está o sorriso? Aquele sorriso. Onde estão os olhares, aqueles? Onde está a honestidade em uma beleza maquiada? A ingenuidade caiu na passarela, e seria deselegante parar para juntá-la, ao que parece. E os olhares que sorriem, que dizem mais do que querem dizer? Pesaram com a maquiagem? Aqueles tais de lápis, delineadores, sombras, rímel... pesaram os olhos, não dizem mais nada.

Dispenso estes olhos de ressaca, de vazio, de... nada.
Desejo a imperfeita que ainda sabe olhar, sorrir, divertir.
Que é perfeita com defeitos.
Que é perfeita sem saber que o é.

Desejo aquela.
Essa:


Honestamente perfeita.

Mais, mais, mais.

O que fazer, como agir, como sorrir, como olhar, como dizer, proceder? Como fazer sentido? Fazer ruído? Teu choro, teu riso; como? Como fazer que seja maior, como falar dizendo mais, como olhar parecendo melhor?
Não sei, não sei, não sei... mas não cabe; preciso, quero explodir. Sair berrando por aí. Quero ficar rico e comprar mais flores. Queria dizer um “eu te amo” que valesse mais. Inventar três palavras novas pra substituir essas, que não gastam nem diminuem, mas também não dizem o que quero dizer. Porque eu quero mais, mais, mais!

Em tão pouco tempo já te dei quase tudo que tenho em mim, mas quero mais. Você não pede nem cobra, mas eu quero mais, mais, mais! Não de você! De mim! De mim para ti.

Eu te amo um milhão de vezes. Infinitas vezes.
Eu te amo criança, menino.
Eu te amo sorriso, eu te amo olhinhos.
Eu te amo coração, eu te amo lágrimas.
Eu te amo preguiça, eu te amo, narizinho.

Eu te amo, eu te amo e eu te amo.
Queria e quero e irei querer mais, mais e mais. Só não quero conseguir te escrever – como me diria você, “um amor só é grande quando não se consegue explicá-lo”.