4 de janeiro de 2010

Houve uma vez que estive longe de ti. Lembras tanto quanto eu. Foram quase dois meses de grande solidão junto ao vinho e aos amigos que me consolavam, que por mais amigos ou vinhos que fossem, não poderiam entender o drama da falta de você, distante.
Em um desses súbitos ataques de saudade, a criatividade aflora, proporcional a distância que aumenta, e as ideias mais avessas surgem desesperadas querendo me salvar.
Desta vez, quis deixar de responder as tuas cartas, teus recados e tuas pequenas notinhas de amor. Desta vez, eu te esperaria ao telefone, estava decidido.
Nada de palavras impostas pela pressão da caneta no papel, dos meus dedos no teclado. Queria descartar o silêncio que os escritos têm e gritar que te amo, para que pelo menos por um de teus ouvidos tu percebesses a força do que escrevo. Queria ouvir também tua voz doce que recita as mais sinceras saudades, para em seguida acalmá-la, recitando as minhas.
Queria poder tudo isso, mas quando atendeste com um “alô?”, meu “eu te amo” seguinte não foi tão forte quanto eu desejei que fosse. Teus ouvidos não doeram de amor, as palavras mudas do papel não se fizeram audíveis pela minha boca.

Eu já não sabia mais o que dizer. Menina, eu nunca precisei tanto te beijar...

Um comentário:

Flavih A. disse...

as palavras mudas do papel não se fizeram audíveis pela minha boca.

Infelizmente sei bem o que é isso.
Aii, o amoor..

Beijoos