15 de agosto de 2008

TPM (?)

Florianópolis, ilha da magia. Mar, areia, sol, gente bonita, clima perfeito, turistas e todo esse blablabla comercial que os nativos gostam tanto de se gabar. Todo esse blablabla comercial que os turistas vêm sempre procurar e que o mundinho cool tanto ama.

Mas eu sou do contra, claro.
É, sou claro. Claro demais pra tanto sol, raios ultravioleta e uma camada de ozônio em cangalhos. Chato demais também para deixar que a mamãe coruja espalhe aquele maldito protetor solar nas minhas costas de cor branco-refletor, e velho demais pra aturar sotaques castelhanos no guarda-sol ao lado.

O clima nunca foi tão perfeito assim também, como sempre gostou de ressaltar a mulherzinha do tempo do jornal local. O verão não obedece o próprio nome e adora contrariar seus princípios, chovendo todo final de semana e arruinando a folguinha semanal do proletariado conterrâneo. A primavera, como em todo lugar do mundo, sempre foi contra minha pessoa, e resolve sempre espalhar pelo ar a maior quantidade possível de – insira uma substância aqui - apenas pelo simples prazer de provocar meus infinitos ataques alérgicos. Passarinhos cantarolando e flores desabrochando? Isso aqui não é filme da Disney, mermão!
O outono sempre foi como todo outono deve ser – indiferente. As folhinhas secas arrastando-se pelo centro da cidade, árvores viradas em galhos nus, um céu cinzento que leva os depressivos à legítima depressão e assim por diante. Normal, normal.
E como você deve ter notado, misturei as estações do ano, tirei-as de sua ordem cronológica e as reorganizei com o único propósito de escrever algo realmente bom (ou era ruim?) em relação ao inverno, mas depois de tanto enrolar, confesso que esqueci. Provavelmente não era suficientemente ruim (ou seria bom?) pra que eu me lembrasse.

Hm! Dizem por aí que uma das maiores qualidades da Ilha é a beleza de suas nativas. NativAS, porque achar homem bonito não é comigo... enfim! A beleza das nativas. Meu amigo, existem controvérsias. Assim, há de se concordar, isso aqui não é São Paulo, em que o povo se baseia em cabeças chatas de cabelo ruim e ar nordestino, mas também não é porque a colonização alemã atua forte no interior estado que a mistura destes com os portugueses do litoral traria coisas boas. Existem ressalvas, como sempre. Várias gatinhas do surf e coisa e tal, mas hm. Não é bem o meu estilo.

E agora, WOW! O ponto mais alto – ou o mais baixo – da minha crítica sem propósito a nossa tão querida cidade: turistas. Com todo o respeito e delicadeza que eu poderia reunir, lhes dedico três breves palavrinhas: PUTA QUE PARIU! Como pode tamanha discrepância? Pessoas que tem dinheiro pra sair do próprio país, estado ou cidade, devem ter uma condição financeira razoavelmente estável, presumo. E junto com essa condição, provavelmente adquiriram certa educação e normas de etiqueta, afinal, estes seres freqüentam os níveis mais altos de sua nobríssima sociedade. Engano meu, e provavelmente seu também. Ilusão de um jovem que nunca foi muito além de um raio de 600 quilômetros de seu lar.
Esses bichos estranhos, acertadamente nomeados turistas, são realmente bichos. Porcos e folgados como só eles poderiam ser, têm prazer em perturbar a ordem normal de como as coisas andam numa cidade. Se o trânsito falasse, eu até diria “o trânsito que o diga!”, mas como não fala, tenho que confessar que a graça não está ao meu lado rere.
E como se ainda não bastassem todos os inconvenientes, nossos amigos gringos falam espanhol e em sua maioria são... ARGENTINOS! Ignorando o estranho gosto das brasileiras por esses “coisas”, deve-se atentar ao fato importante de que ei! São ar-gen-ti-nos! Tudiruim! Aí vem uns falando com você, pensando saber algo de português e tudo que você ouve é um “pero que si, pero que no, blábláblá, castelhano, blabla”. Malditos castelhanos.
Não que os americanos sejam muito melhores, mas ao menos falam inglês.

Eu já disse que sou do contra?
Pois é, apesar de não ter muito a favor, acho que depois de viajar o mundo inteiro é por aqui mesmo que eu ficaria. Sol escaldante, estações irregulares, gente (nem sempre) bonita e turistas folgados são apenas detalhes. Porque apesar de todos os pesares, eles não pesam tanto assim, afinal.

a pequena fama de profundo e sentimental deste blog acabou de ser arruinada õ/

4 comentários:

Livia Queiroz disse...

ow, bacana o texto...

Deu ateh vontade de escrever um sobre a Bahiaaaa (minha terrinha), só p mostrar q aki n tem só acarajé e água de coco; q aki n s escuta só axé; q nem todo mundo aki eh preguiçoso e nem passa o dia todo na rede falando: Oxeeente meu Rei... e por aí vai...

só p acabar com essa visão de paraíso, afinal as coisas n são assim nem aki, nem aí e nem em nenhum outro lugaaaar...

adorei seu post.

e gostei mais ainda do final, qndo vc diz q mesmo com tudo isso, vc n trocaria Floripa por nada.
Pois é concordo de novo contigo, pq tb n troco minha terrinha por canto nenhum


bjaummmm

eu nem sei mesmo quem sou disse...

É, pra falar como a livia, deu ate vontade de postar sobre o Rio Grande do Norte, e mostrar pra todo mundo que aqui não é só o sertão, e que não é todo dia que tem gente que morre de sede aqui.
E mostrar tambem que não somos tão desenvolvidos assim..
Olha, gostei muito do seu jeito, muito mesmo.
Beijão

N.Lym disse...

Cara, que texto bacana... senti saudade de pôr o pé na estrada, apesar dos percalços q tive qnd fiz isso da última vez!

Ah! E ainda preciso conhecer Floripa!

Anônimo disse...

Meu querido sobrinho!!!!
Adorei seu blog!!! Vc escreve muito bem, amei sua crônica sobre os Turistas e Floripa, eu, como a livia queiroz, também moro em uma cidade turística, Salvador da Bahia, como tu bens sabes (e aí, quando tu vens visitar esta tua tia?) e a gente enfrenta os mesmos problemas pricipalmente no verão!!! Mas pelo menos a gente não tem que aturar os argentinos!!! Ainda bem que a distância é impeditiva!!!Eheheh!!!
Beijos
Carina